Meus Prazeres Teus

Momentos que te deixam me deixar imaginando cada traço desenhado pela seu sonhar. Vejo assim em seus olhos meu querer e na sua vontade, me beijar. Deixo-me sentir cada momento seu, abraçado nos seus braços e sentindo sua boca minha. Entrego-me então nas suas fantasias e me deixo seu por que assim você é minha. Esses seus desejos meus, essa sua vontade minha. Não entendia o que era entrega, até esses meus prazeres teus. Sou seu ter e ser. Quando quer, sabe o que espero e faz de mim o que deseja fazer. Sou livre nas suas limitações. Você é presa pelas minhas possibilidades. Somos eu e você sem saber separar o que somos. Necessários nessa minha proximidade sua. Nessa verdade de nós dois e em tudo aquilo que vem logo depois. Esse meu seu.

Egoismo Espontâneo

Os movimentos do coração são espontâneos. São egoístas e irresponsáveis, chegam a ser inconsequentes e perigosos. Esses momentos imprevistos, não comentados ou ditados, apenas aparecem em meio as chamas de nós dois. E então cometemos atos que se atém apenas as nossas intenções. Se apaixonar apenas com a intenção da felicidade própria. Beijar para sentir o gosto que tanto gosta. Sofrer por que o que era bom para mim me deixou. Querer, por que o que quero é você. Se entregar por que na entrega existe a aceitação e eu quero ser aceito. Sou interesseiro por querer fazer você sorrir. Fazer isso por que me faz ter o que quero. Minhas intenções são totalmente egoístas e inteiramente espontâneas, mas sinceras e diretas. Quero que me faça feliz, que me olhe com olhos apaixonados e diga um suave "não" ou um enérgico "sim". Isso seria apenas para mim, e mais ninguém, por que não divido você. Quero toda você, completamente entregue ao meu egoísmo espontâneo.

O Lado Negro

Essa continuidade do silêncio acaba sendo preferível. A segunda opção seria ter de ouvir o vazio dessa incansável ressaca. O silêncio perfeito para um dia de calor e suor. É um caso a se pensar no caso. Necessário inclusive para a momentânea certeza da profundidade do poço e o quanto fizemos para chegar até seu fundo. O fim da noite não tem idéia do começo do dia. Não esta interessado no "eu" de amanhã, quer me sugar até a última gota da última hora do último dia. Esse lado da noite é completamente opositor a saúde mental. Quer a loucura da lua e três vezes mais. E então os ponteiros rodam tanto quanto meu mundo. E ando como se estivesse aprendendo agora. Esta escuro agora, demais para aguentar. Esse meu lado, anda lado a lado com o lado negro que existe em mim. Impossível de fugir, de fechar mais os olhos para não ver, de abrí-los mais para não esquecer.

Amanhecer

Todo dia de amor nasce. Vez que de manhã cansado, noutra não sabe. Vê de lado o sorriso ao lado. Sabe disso quando quer saber e não fala alto para não ser descoberto, mas sabe o que quer de certo e não vai embora, nem quando a noite recai sobre sua incandescência. Essa loucura que rende qualquer peregrinação soturna e se entrega a loucura do barulho matinal. Com todos seus carros, pássaros e vozes que habitam o minuto entre o dormir e o despertar. E quando se acorda sem saber, não entende, mas não pergunta o por que. Se lança aos braços dessa incerteza incontrolável, não sabendo exatamente o que fazer, mas tendo toda a certeza de que será feito. Essa é a vontade por cima do desejo, do delírio de um beijo que não para de beijar. Mesmo lábios separados se mordem de cada lado relembrando o tocar. Amanhece esse novo dia assim como acontece em toda fantasia, procurando se realizar nos corações tolos e insistentes de quem gosta de brincar com palavras e procurar quem amar.

101

Já fiz anjos chorarem, juntei o céu e o mar. Escrevi cartas apaixonadas e as vi velejar. Os dias tornam-se noite, a lua vem e me deixa, as estrelas que a rodeiam dançantes, esquecem de descansar. Nos sonhos molhados de chuva, nos dias banhados de sol, procuro esquecer as esquecidas, aquelas deixadas e as quais deixei. Então o que vejo é além do meu ver, chega a minha alma e se filtra nos meus desejos. Enquanto feliz, adormeço, mas quando preciso, pinto numa tela sem palavras. Deixo beijos nas lembranças felizes, espero então as respostas não dadas. Existem dias que esquecem, outros que abraçam. Mareando meus sentimentos, jogados aos acasos do tempo, deixando-me levar. Fecho meus olhos e a vejo cantar. No fim me jogo no infinito das perguntas sem causas. Deixo-me levar a esse eterno nada, para onde o nada acaba. Cento e uma vezes mais, escrevo até minha tinta acabar.

Lembranças das Cartas

Essas cartas navegantes suspiram passagens mar adentro. Viajam por caminhos obscuros e esbarram numa tempestade trovejante. Memórias incansáveis de você ainda permeiam o horizonte, dividindo o seu céu do meu mar. Só você sabia encontrar nova terra. Mas são sonhos serenos de sereias do mar. É a lua iluminando o que não quer lembrar. Ofuscando onírica, hora passando e noutra voltando. Antes agisse em tempo. Hoje não há mais vento. As cartas se perdem em alto mar, se encontram com rochas sem farol a guiar. Afundam para nunca mais se encontrar. Contando a história do céu e do mar.

Verdadeiras Mentiras

A verdade é que era tudo mentira. Olhando para a realidade e colocando de lado a poesia, o fato que se deixa ver é que no fim, não era nada mais do que desejo passageiro. Mais uma vez o vazio. Olho constantemente esse abismo e quando o mesmo me olha, não entende o por que. Observa nas páginas empoeradas de velhas anotações a vontade de encontrar um sentido ou razão que me faz querer quando deveria esquecer. Verdadeiramente gostar é o mesmo que completamente se enganar. Mais um desabafo que de nada irá influenciar. Podemos passar anos sem uma notícia, até o momento que uma palavra o gesto nos muda completamente e assim, voltamos ao mesmo lugar. Entre verdadeiras mentiras.

To Start an End



The Sun did not shine today,

The gloom of night did not go away,

Be sad for the end of the world,

Cry if you’re one that won’t go,


You’d be damned forever,

Knowing you were left alone,

Wondering that by being on heaven,

I wouldn’t come down,

So you could have someone,


But don’t imagine I would prefer,

To be in paradise then with your love,

And don’t say you’re sorry,

For pulling me back from above,

What you don’t know is,

You’re my heaven on earth,


So let us stay,

And wait for the end of days,

Sleep under these falling wings,

Made for your embrace,

Close your eyes and fly away,

In these dreams meant to stay.

Love In Green


In her voice I still can hear,
The sound last heard from me,
While I left home with tearful eyes,
She sang this song for me,

"Upon this day, I lay my tears,
To bring my lover home,
But through and through,
The passing days,
I find my lover gone"

For I pledged my soul,
And now I'm bound,
No longer will I see her,

"Upon this night, I lay my tears,
To bring my lover home,
But through and through,
The passing moon,
I find my lover gone"

I kissed her lips,
One lasting time,
And went on for my journey,
But on the wind,
I could still hear,
The cry of my lovely,

"Upon this life, I lay my own,
No day nor night can bring him home,
So I can't live no sun nor moon,
Since I knew my lover's gone"

Só Pensei em Você


Sumiu como as estrelas desaparecendo em luz de sol. Ainda no mesmo canto, mas não se deixando ver. Pensou em tantos brilhos que esquece da lua e se deixar banhar ao amanhecer, sem esforço de ter de ser. Esse egoísmo se deixa levar, seu brilho, seu rosto, seu olhar. O que tudo isso reflete quando não se vê reflexo de mais nada? Um brilho que brilha e não sabe onde brilhar. Nada se falar, por falta do que dizer, sabe o que faz e devia fazer. Deixa-se negando a fuga de tudo por que lidar com esse mundo é lidar com todos aqueles reflexos. Aqui esta o seu ponto, seu brilho diamante, tão bonito e cortante sumindo no horizonte. Às vezes até a lua, com todo carinho e ternura, brilha com tanta vontade que esquece da estrela e seu tilintar. Então esquece essa procura por tentar fazer o mundo esquecer do seu brilhar. Que se deixe brilhar com a lua, tão lindo brilho que há, do que sumir na manhã tão certa de não te deixar sonhar.

No Fundo de Tudo


O que pode ser entre tudo, quando o que tem de ser não sabe como viver? Essas minhas perguntas parecem uma só. O problema não faz sentido, por que os sentidos estão se perdendo. Nada de novo parece ser algo novo e agora, não parece nada mais. Já faz um tempo que esse momento faz deixar o que um dia o tempo não quis parar. Então essa é a verdade, no fundo de tudo, esse vazio. Então nessa noite qualquer dia é perdido. Felicidade encontrada numa incoerência total, onde nada no mundo parece normal e tudo no fundo é alegria. Esse mundo de fantasia onde o sorriso é sincero e a vida é cheia, o medo um dia desaparece e com certeza, uma nova lua nova surgira.

Penso Nela

Ela atravessa a casa nas pontas dos pés. Cobrindo o máximo que se pode apenas com os braços. Passa como um raio de volumes femininos e corpo banhado: "Não encontrei a toalha", ela sorri. Cabelos molhados, juntos em tiras grossas, entrelançados no rosto que me olha com frio, penar e vergonha, mesmo que a última seja completamente desnecessária. Levo a toalha até seu corpo e a fecho com um abraço carinhoso. Ela fecha os olhos repousando sua cabeça no meu ombro e beijando meu pescoço. Entrelaça seus braços como se não fosse largar nunca e eu a seguro com medo que o mundo me tire do seu abraço. Apesar do caminho curto até a cama, a dificuldade que temos de largar um do outro nos faz atrasar nossas vontades. Nos jogamos na cama e ela se deita sobre mim, olhando intensamente nos meus olhos, querendo saber se é verdade, se sou assim, se a quero tanto quanto ela me quer. Sim, mais do que nunca, quero tudo e desejo mais. Penso nela e assim me vejo. Dela para mim e eu para ela.

Cadu


Nasceu de olhos abertos,

Mudando a vida,

Chorando muito,

Calando o mundo,

Fez mãe olhar e sonhar,

Pai contemplar,

Ver seu futuro,

Seu todo no tudo,

Olhando profundo,

O olhar atento,

Da paz sonhada,

Recém chegada,

Nova vida.


(Para meu amigo Marcelo e seu filho, meu afilhado, Carlos Eduardo, o Cadu...)

Sentidos




O sorriso dela fez o meu sem que eu soubesse. Esse toque gentil em que minha mão se entrega, sem saber porque e nem pergunta. Tempo demais já havia se passado sem sentir meus sentidos centrados em conhecer cada parte de alguém. Vejo então cada pedaço dela sorrindo, cada traço acanhado dessa verdade. No corpo dela, deslizo meus olhos, vendo cada sensação, notando toda inovação na sua criação. Toco sua boca e a sinto contrair, se deixando morder, desejando a minha. Sinto a pele macia e me perco em vontades. Quero algo indescritível, que não faz sentido quando sentindo ela. Cheiro seu pescoço e cada respirar é uma pequena viagem. Deixa-me sentindo em cada pedaço de mim, a vontade de voltar. Gosto de poesia tem o beijo dela em minha boca. Esse gosto de carinho e hortelã. Provo na pele dela inspiração e me apaixono pelo anseio. Escuto então das suas palavras, tudo que possível for, cada um dos seus medos, cada momento de dor. Quando profere seus encantos, atento-me às suas necessidades. Espero então ouvir da voz dela, declamado pacientemente, um aguardado recado, um desejo guardado, um querer de todos os meus sentidos.

Deixar de Você

Deixo o desejo,
Todo tempo que deixo,
Para te deixar passar,
Me deixar sentir,
Se deixar morrer,

Te deixo então,
Em lembrança te deixo,
Sem pensar em deixar,
Sem deixar de amar,
Deixo num beijo meu penar,

Mas te deixo,
Assim como me deixou,
Deixado num canto, guardado,
Não te deixo esquecida,
Mas distante deixo.

Sirens

Marinheiro meu amigo,

Escute o que te digo,

Deixo que te leve o vento,

Entrega as rédeas náuticas,

Fecha os olhos para as estrelas,

E escuta assim chamar,

A mais pura melodia,

Num canto perdido ao vento,

Distante do destino,

Mas se entregue,

Este então é o caminho,

Na direção errada,

A caminho dos recifes,

Rumo à própria destruição,

Insista no erro do perdão,

Se vivo permanecer,

Aguarde na praia então,

Novo canto te encantar,

Nova maré chegar,

Se uma vez foi recife,

Noutro talvez não seja,

Talvez um dia

Talvez sereia.

Nada de Errado

Como deixar coração apertado,
Descompensado,
Procurando ar,
Encontrando mar,
A deriva,

Dor da cicatriz ferida,
Abre quando quer,
Sangra quando pode,
Deixa sua marca na saída,

Nada de errado dizer,
Esconder, mas falar,
Omitir e esquecer,
Esperar sem saber,
Quando pode deixar,

Então se passa mais tempo,
Se deixa vivendo,
Vendo o choro,
Entregando lenço,
Nunca vendo,
Nada de errado.
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