Fria Noite


O calor padece e ao seu fim desaparece cada sorriso do olhar. O peito cai com o pesar que se enche de magoa e ar, puxando em excesso o que não há. Desnecessárias flores mortas, que perfumam fúnebres os recantos úmidos da noite fria, essa fria noite vazia que rasteja até a hora marcada e ao alcançá-la se faz lembrar do que não se pode mais esperar. Nada mais é reconhecível, o entendimento do momento é impossível e a solidão, inegável. Surripiando cada resto de sentimento, a palavra voa ao vento, a lágrima seca entre a luz da lua gélida e as estrelas cadentes. Falta o tempo sem saber que tempo mais não há e tudo é entregue ao silêncio do medo. A mão procura a sombra para segurar, num gesto viciado pela falta que faz um simples movimento, um carinho que agora é relento um momento que não mais virá. Mesmo que o sol apareça e que raia com toda sua grandeza a noite fria irá ficar, mas sabe-se lá um dia quando sentimento virar lembrança a vida terá outra manhã e quando vier, a noite não será tão fria, trará consigo nova alegria terá então um carinho mais. Até então é preciso se aquecer na solidão e aprender que a vida não para nem mesmo quando para o coração.
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