Amanhã

Acordarei sentindo o seu coração. O respirar suave do seu sono, tremendo de leve o lençol que percorre o seu corpo. Verei a aproximação da luz do sol, enquanto atravessa a janela e caminha vagarosamente pelo quarto. Sentirei vontade de te beijar, mas receoso de te acordar de um sonho feliz de nós dois. Quero levantar sem fazer barulho, preparar uma torrada com geléia, um suco de laranja e pequenos pedaços de queijo. Cortar uma maçã em quatro partes e ferver a água para o café. Levarei para cama na hora exata em que você abre os olhos. Sorrirei com o seu sorriso surpreso e sonolento. Darei bom dia com um beijo. Amarei assim, em cada amanhecer de todo amanhã.

Feliz Ano Novo para todos.

Parte 5 – O Fim

Como presente de natal, guardo então o sentimento. Existem momentos de se entregar aos momentos, outros para se resguardar. Olhar para a janela e ver mais do que se enxerga. Pensar no que vai além, ultrapassando tempo. Se um dia foi encaixe, noutro poderá ser atrito. É assim então a procura incansável de pensamentos incoerentes gerados pelo coração. Imaginando um mundo sem horizonte, onde o céu e o mar se encontram. Criando fábula que explica como o sol deu luz à lua e a torna real. Lembrando-me ela ao meu lado, em madrugada nua e não me escondendo o sorriso. Fujo então do olhar e guardo as lembranças. Espero um dia reencontrar o que para mim, não se perdeu. Esse pensamento sincero, cheio de sonhos, completo de irracionalidades e delírios, até o fim.
Feliz Natal a Todos!

Parte 4 – Delírio

Então me classifiquem de sofrido sonhador, em busca do complicado e desejoso do improvável. Se me jogo na parede, comente minha idiotice. Se tento alcançar as estrelas, chame-me de louco a cada pulo. Mesmo que nunca consiga, estou mais perto do que os racionais. Estou tentando. Enxergo claramente o que anseio, apesar de desfocar a existência a minha volta. Trago-te a Lua impossível e as estrelas imaginárias, cheias da loucura inacabável. Pouco importa as obstruções que me cercam. Seus divergentes sentidos e emaranhados destinos. Deixo meu coração livre nesses tortuosos caminhos, se o assim desejar.

Parte 3 - Irracionalidade

Não aprendi o suficiente a respeito de desistir do que sinto. A burrice humana me permite dizer que sou ser movido pelo irracional desejo de amar. Essa parte inerente a todos os corações. Quando o desejo passa e o restante é a vontade de rir e chorar, conversar e desabafar. Vê-se livre das tralhas derivadas do racional que nos cerca. Tenho esperança no amor. Mesmo esmurrado e encurralado por toneladas de simplicidades super simplificadas da realidade. Sou complicado por que amo amar. Mesmo que por um dia. Apesar das lágrimas. Aproveito cada segundo e não me entrego ao tempo e sim a ela. Sou feliz assim, apesar da tristeza do perder. Sou feliz por não desistir.

Parte 2 - Fantasia

Paixão envolvente de sentir-se confortável em conversar. Do que vale um beijo, se no fim do desejo, não tem mais aonde chegar? Pode ser que sonhos sejam prospectos imaginários de um subconsciente, cruel o suficiente para deixar-se inventar uma vida de nós dois. Talvez valha a pena tentar. Que venha essa constante vida e suas escolhas intermináveis. Alcançar o impossível é sempre um bom lugar para chegar. Deixo escorrer as palavras das pontas dos dedos, carregadas de vontades. Não quero dizer que fui covarde o suficiente para não alcançar o fim. Olhar para o lado e me arrepender de não ter cansado a última gota de sanidade. Prefiro perder a realidade à chance de ter você.

Na Batida do Coração

Parte 1 - Sinceridade

É um coração que deseja. Daqueles que quer tanto, até esquecer-se de bater ele esquece. Empolga-se com olhares e bate confuso e acelerado com cada toque. É ele que me faz dizer inconveniências em momentos incabíveis. Cheio dessa sinceridade desgraçada, me devora todo. Quer ser grande o bastante para te caber, mas não consegue. Pequeno o suficiente para não quebrar e mesmo assim, fica em pedaços. E quando o aperto chega e vê algo que não quer, desaparece, deixando um vazio no peito e um pequeno desespero ao redor. Nada de histórias de amor para ele. Não se controla e deseja o mundo para ela. O meu mundo. Sem nem pedir permissão, confuso numa roda gigante. Sem jeito de descer. Observando infinito horizonte.

Mensagens Perdidas

Não encontro mais. Nada que me foi mostrado, bem verdade, me lembrou. Foi o que faltou. Não tinha carinho nos olhos. Nem um doce sorriso no rosto. Perdeu a calma natural e a tranqüilidade tão simples e completa. Deixou-se aberta para não transparecer. Parece perder um pouco do que faz todo o querer. O jeito manso. Os segredos lindos que guardei. As brincadeiras enroladas em lençóis. Não encontro mais nada. Foi-se. Achei que fosse alegria, ou distração do tempo. Mas não reconheço o vento que desliza ao seu redor. Falando palavras que nunca falou, sentindo vazio que nunca sentiu e tentando preencher com sopros inócuos. Cartas de marear, escritas no passado, nunca vão chegar. Perdidas sem sorriso e verdade. Em garrafas, procurando litoral.

Entre Essas e Outras

Impossível prever onde cada situação vai nos levar. Por mais que tente, supresas aparecem no caminho como pequenas mensagens jogadas no mar. Surpresas inesperadas. Não querendo ser fatalista, apesar de falar dessa forma, cansei desse desespero de explicar tudo como mais uma das novidades da vida. Já aprendi tanto com tantas, que cansei. Num momento, respiro profundo, noutro, estou sufocado. Já vivi de momentos, de presente e passado. Desapercebido da minha própria decisão, observo meu futuro e seu caminho em solidão. Não vou lutar contra a correnteza e nem me atirar em tormentas. Essa tela branca não terá tinta até que a primeira pincelada seja o início de uma obra prima. Será assim a tortuosa passagem de mais um ano. Decisões tomadas por movimentações indevidas e disturbios inesperados.

Destino e Livre Arbítrio

Acredito na simplicidade da vida. Acordar e dormir com o barulho da chuva. Um beijo de saudade numa despedida. Cada escolha é uma fundação para aquilo que torna a vida simples, apesar de estar sempre nos enchendo de perguntas. Mesmo assim, questionamentos são fáceis de responder. Em sua forma simples, nos perguntamos todos os dias se aquela manhã será mais do que apenas mais um nascer do sol. Sem querer, esperamos mais do amanhã no simples abrir dos nossos olhos. Esquecemos que esperar mais é inútil, pois o simples sempre estará presente como constante em nossas vidas. Continuamente satisfazendo cada momento de forma discreta. Encontrar o caminho é uma escolha, caminhá-lo é destino.

Quero Aprender a Crescer...

Não entendo essa minha motivação auto-destrutiva. Quando vejo todos ao meu redor, elogiando meu comportamento, uso isso para acabar completamente com a minha imagem. Recebo um elogio e vejo isso como a hora de destruir a concepção de todos ao meu respeito. Sou um cretino. Os que me amam, acabam sofrendo com a minha impulsividade. Quero pedir desculpas por viver nessa eterna Terra do Nunca. Quero mudar, mas nada acontece. Volto para o mesmo ponto. Causo as mesmas raivas e me tranco. Se saber o que falar ou pedir ou mesmo decidir. Não aprendi mesmo a crescer. Sou jogado como um barco em tormenta. De um lado para o outro. Sem rumo certo. Esperando algo.

Acordando

Dormi com vontade de acordar. Acordei com uma vontade de te ver. O dia fluindo pelas ruas e eu a desejar. Suavemente, prendo minha atenção aos movimentos do vento num canto de areia. Pequenas bailarinas invisíveis, rodopiando por sobre os grãos. Acordei com vontade de sonhar. Acordado, não posso mais. Esse emocional aleijado. Sempre pedindo esmolas por onde passa. Preciso sentar naquela calçada, olhar para a rua e me sentir capaz de caminhar até o final, com minhas próprias pernas. Uma perna bamba na frente da outra. Penso até que de tanto esforço, dessa tela branca, saia uma verdade atrasada. Um significado profundo do reconhecimento mais doce. O que vem de mim. Acordei sonhando, mas basta. Talvez se repetir tudo isso a cada manhã, aprenda.
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