Outro Eu...

Cansado de esperar essa vinda inesperada, melhor se atirar na indiscreta incerteza e aguardar a chegada do sonho. Esse não sou eu. Não fiz caso do sentimento nem o deixei coado. O bom e o ruim devem andar lado a lado, equilibrados. Não fiz nada disso. Em momento algum duvidei da fragilidade da mulher acanhada e sua determinação na procura por entendimento, tanto dela quanto meu. Nesse momento, não era eu. Principalmente, não deixei desistir, nem comandei sua vida ou joguei com a minha. Quis ser mais do que era e hoje, sou. Queria que fosse mais do que é e hoje, talvez um dia. Mas não me vem ao caso tal obrigação. Não sou eu na mão. Nem beijo apertado e muito menos uma palavra romântica. Cheguei a ser pergunta e nunca resposta. Mas cansei de querer entender e até de saber mais do que queria. Segurar a dúvida vazia. Cansei desse eu. Foi outro eu.

Saliva

Em cada encontro rodeado pela madrugada chuvosa dessa cidade, um beijo diferente me aguarda salivando desejo na minha solidão. Quero ser somente um, mas cada noite solitária me empurra para novos e desatentos braços, pernas e lábios. Nada sei desse próximo metro caminhado, apesar do que, acredito estar próximo do caminho, mas longe do destino. Mesmo com as dúvidas inerentes a qualquer ser pensante, respingo tinta vermelha na tela branca. O tempo agora é do desejo e loucura. Se olhar para trás em arrependimento, viro sal. Prefiro queimar nas chamas da luxúria do que acovardar-me diante do novo. Para encontrar o beijo certo, preciso beijar de novo. Não mais sozinho, mas completo. Não por outra pessoa, mas por mim. E cada vez que me afasto e olho nos olhos delas, penso na felicidade.

Essa Vida Vivida

Nem sabe o que vem ou quando volta. Tudo acaba um dia e já no fim, sem saber por que, perde toda a incerteza da certeza do que devia ser. Pode viver sem destino, mas um dia o destino te bota no lugar, mesmo que não queira. Nessas viagens de palavras, o certo é correr para longe e olhar a fumaça subir do que ficar perto do fogo e se queimar. Saber o que me espera, do lado em que estou, nem sei se quero ou se vou, mas sei que em algum lugar, depois de respirar fundo, vou parar num canto sem rumo, que foi para lá que acabei por rumar.
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