Maresia


Vento torto que sopra de longe na janela, já vem distante e saindo, fica em dúvida se vai chegando ou partindo, se chorando ou rindo, sem dúvida e sem razão. Insistente, leva para onde quer que seja, com um desejo na vela e uma saudade na alma, com uma vontade de terra e uma vida na água. Carrega o tempo nos braços como um guardião apaixonado que não tem caminho a seguir nem destino marcado. Assopra na sombra sutil da noite, deslisando no lençol de breu cada segundo da hora, do dia, cada riso e alegria, cada lágrima e tristeza. Deixa aqui a beleza para partir para incerteza e se desfaz no toque da "belle" da costa, que se esconde entre a areia da praia e o quebra-mar. Nessa ventania, faz perder um beijo que some ligeiro pelos quatro cantos do oceano, lembrando apenas do encanto do canto, do toque no rosto e do suspirar. Perde-se em pedaços de nuvens e em pingos de tempestade, seja o que for, mas seja mais a vontade de voltar. Segue constante para o litoral e quando já cansado de alto mar, encontrará ali os lábios onde quer ficar.
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