Desenhando Estrelas


Minha janela é pequena demais para ver o mundo, então imagino o universo como um quadrado limitado, negando o escuro e procurando o rutilar de astros distantes. Essa noite me devora a alma, o que brilhava, hoje é sonho a espera do fechar dos olhos, acelerando o tempo para o próximo dia distante. Nada fiz de importante, ao menos ainda, nenhuma constante, variados sorrisos desprovidos de motivos. Agora, essa solidão que me consome, parece proibir palavras tão queridas ao ouvido, força lembranças de carinho e cria miragens de sombras rápidas. Nada responde esse meu querer nesse vazio ao lado, aguardando sua forma e seu abraço que me salva. Procurando debaixo da macieira, espero cativar, ser forte o suficiente para conseguir e nunca mais esquecer o que ao perder. Vejo-me então a desenhar estrelas, pequenos vagalumes que fazem seu rosto no meu céu noturno ficar mais próximo. Quando acordado, essa luz imaginada, mesmo com o entrometido dia, continuará viva dentro do sentimento esperado. De olhos fechados posso ver essa constelação, de sorrisos e beijos ainda não dados, que aguardam serem recebidos e vistos, correspondidos e contemplados, na espera do brilho que lhes falta.

Saliente


As mãos dão vida as más intenções desejosas dos olhos, estes que buscam no rosto oposto as limitações das investidas apaixonadas. A face que observa, não se nega, mas também não se entrega facilmente a cada vontade que parte. Idéias marotas, que criam vida nos olhares lascivos, lançados de baixo para cima, como se pedindo insistentemente o que ainda não fora permitido. O desconhecido fascina e toda tesura dispara de uma vez, numa só direção, deslumbrada pela beleza do sorriso e da liberdade na rendição. Os beijos ofegam por sobre os ombros e as se agarram as costas, num encaixar perfeito. Descuidos não atrasam em nada o encantamento da aproximação, a simplicidade momentânea desse incêndio que domina os arredores, derretendo os corpos, mesclando desespero e lábios, ansiedade e mordidas. Selvageria que surge em meio a dois, irracional e compatível, orquestrado pela vontade do toque, da intimidade impura e saborosa. Da boca, escorre desejo como veneno, inebriando os sentidos e turvando os limites. Rendidos pela intecionalidade da noite e sua coberta, desnudos e insanos, se deitam entre lençois e travesseiros, únicas testemunhas dos atos lascivos. Deleitam-se com a luxuria provocada pelo calor dos corpos e fazem de cúmplice a penumbra e sua inspiração.

Flor

A raiz dessa flor fincada,
Penetra e enrosca envolta,
Se alimenta da alma,
Do desejo, do corpo,
Do coração arredio,
Faz sair o vazio,
Faz Querer o desconhecido,
Ensinando carinho,
O beijo macio,
Molha feito rio,
Ao redor dos lábios,
Da carne que queima,
Soltando centelhas,
Fazendo a fogueira,
Incendiando o raciocínio,
Qualquer compreensão,
Indagação ou razão,
Das cinzas e brasas,
Surge a paixão.

Ausência


Sobra a lembrança acanhada num canto de noite, temendo os barulhos soturnos do desespero, da solidão. Esta lançada a penumbra da lástima, seguindo cada passado e lembrando das infortunas direções tomadas. Assimila cada pedaço do dia, deixando os pés frios e as mãos solitárias, fazendo o passar do tempo ser eternidade. Recordações acompanham os passos, seguem cada movimento dado, sonhos acordados ou sentimentos ilhados. Faz saudade parecer maior do que a vida e do alto, observa um ponto de existência, predestinado a não saber qual rumo seguir. Aos pés, humildemente requisita uma nova lembrança, escondida nesse caminhar, ainda por vir, indeterminado. Fazemos planos para que sejam falhos, essas escolhas impossíveis de resultar no esperado. A consciência se perde na espera, desfazendo cada camada que resta e escoendo o vazio do real. Nada restando, deixa o sono de lado e observa as sombras até que a noite, por puro cansaço, aninha ao seu lado e adormece. O que resta são os pedaços da ausência que não fazem sentido, que não explicam nem dão motivo, apenas existem para confundir ainda mais. Depois da tormenta, abre o céu e chega o dia, acordando manhã é possível ver finalmente o sorriso esperado e a carência a se dissipar.

Momentaneamente


Num instante, o que era inspirado pela pureza da simplicidade, se transforma em medo e insegurança. Por um instante, se perdeu o sorriso e em alguns minutos, nada parecia ter valor. Dormir seria impossível e querer era incontrolável. O alcance das mãos não chegam a tocar mais a pele que tanto deseja, o som não da voz que acalma, distante se encontra do ouvido aflito. Perdi o som e outros sentidos. Não vejo a esperança sem a luz que me guia tão fervorosa, mas doce e necessária. Quero a luz vermelha, exigente de calor e aquecedora da vida que permanece, como se salvasse a minha do total descontrole e perdição. Preciso da canção que parte da alma, faz nascer mudanças e decisões que diferem das mesmas canções que ouço, comendas das sereias da madrugada. Sem a certeza dos braços seguros em meu corpo, o frio me consumiria como gélido fogo. Deste ponto em diante, serei merecedor de carinhos e anseios. Repousa aqui, não deixa razão ter tanta precisão das decisões e domínio tamanho desse caminho que lhe fora prostrado tão precareamente dentre seus planos. Instintos estão agora e permanecem, abastados de vontade e determinação, pois quando se perde, se entende o que mais valor possui, o sentimento ou a racionalização.

O Olhar


Só existe um olhar que faz com que a promessa de futuro seja parte real do futuro completamente surreal. Nada mais necessário e preciso, improvável e impossível do que um olhar. Não me deixa sonhar, porque esqueço as certezas e assim, nada importa mais para mim. Preciso apenas esquecer do que existe e sentir. Como poderia simplesmente deixar as águas passarem, as horas ditarem o que sou capaz de viver, saber e quem seria capaz de querer? Não é meu costume questionar vontades, todas essas formas, essas felicidades. Muda meus passos, caminhos nunca pensados, simplesmente um momento isolado e vejo você ao meu lado, sorrindo porque é isso que faço, mudo caminhos de todos os destinos, se são estes os que me afastam. Espero sem saber o que esperar, desejoso com rimas, piadas e beijos que deixam lembranças, mesmo que sejam as mais difíceis escolhas que possam ser feitas. Ao redor da vida, existem espaços e nesses, caminhos, destinos. Temos apenas passos, sorrisos, sem obstáculos ou planos, sem mapas ou linhas, escritos no nada com dedos a procura da união. Olhamos para o mundo como um abismo, mas é o mundo que espera o nosso olhar em retorno, como donos do nosso futuro passado.

Um Lado Tem Outro Lado

Do Meu Lado, Um Demônio...

Nada é certeza, a cama fica pequena diante das dúvidas do real. Sonhos afogam amantes e por estarem distantes, não sabem que não sei voar. O medo percorre e a saudade é corrompida pela incerteza da distância. Prisioneiro da circunstância e encurralado pelo sempre querer e a sua descontinuidade. Olho para o céu tão longe de mim e penso no que não alcanço, no que não sei falar. Religião não me salva, então olho para o nada. Aqui, do meu lado, tenho o temido medo, esperado até o momento em que o que tenho a esperar é você me esquecer e a lembrança que deixa a sua boca.

Do Meu Lado, Um Anjo...

Sentado na ponta da cama, a espera de alguma novidade, aguardando a paródia dessa vida fazer sentido algum no momento em que um novo passo for dado. Cheio de esperança, cada beijo na madrugada, cada sorriso acidental vira uma carinhosa lembrança. Esse amanhã que não chega trazendo a certeza da pele e a beleza da alma. Deleito-me na presença, aproveitando cada pedaço de querer. Aqui, do meu lado, tenho o aguardado sentimento, inesperado até o momento em que o que tenho de esperar é o beijo apaixonado e o sorriso que traz na sua boca.

Feche os Olhos, Confie em Mim


Sinta a respiração tomar conta do corpo, onde cada respirar é parte do que esta ao redor, completando aquele momento. Agora, sinta o isolamento, separado de tudo e ao mesmo tempo, dono daquele instante, daquela constate sensação de passar dos minutos. Não caia no mundo onírico, mas sim entre o existir e o imaginário. Coloca a mão no peito e assim pode contar quantas vezes por dia tem vontade de viver. Cada batida é o querer de mais um dia, do novo amanhecer. A brisa percorre o corpo, como se eletricidade estivesse passando por cada canto do seu ser, tocando suavemente a pele, desejosa ventania. Escute os sons da vida, das brincadeiras e das confusões, das inconveniências e das belezas singulares. Faça parte de onde esta, sem se isolar dos arredores e sim aceitar a existência dos dois lados da moeda. A água que percorre as silhuetas, a luz que retrata a forma, o calor que provoca e o frio que chega. É parte de nós, da sutileza que traz essa imensidão, dos desejos que visitam o coração, da alma que carrega consigo as parte da nossa existência. Lembranças e planos, fazemos muitos, mas o agora é o que importa, onde estamos, com quem estamos e porque estamos, isso é o verdadeiro viver.

Reino


A bandeira erguida busca alçar vôo, mas contida ao mastro que a hasteia, pode ser vista de ponta a ponta do horizonte que a rodeia. Tenho ali meu orgulho e vitória, dentre tantas derrotas, a glória, finalmente retida entre as pedras do meu domínio e a terra na qual repousam. Essa é a hora de ser forte, de buscar o norte do destino e repousar as armas e seu uso. Esta na hora de plantar novas semenstes e colher os frutos do trabalho. Sentir o que deve ser sentido e deixar de lado o que vem do inesperado. O conforto da segurança é o que reina, o carinho que eu sinto é o que governa e a esperança de novos dias é o que me eleva. Em meu reino, tenho ouvidos para entender pedidos e olhos para atentar perigos, boca para confortar medos e braços para proteger do frio. Faço daqui um lar, um motivo para retornar, uma razão para viver. Aos que formam o reino, busco apenas fidelidade, compaixão e carinho, entendimento e devoção. Durante meu reinado, serei somente a voz sincera, devoto a melhorar constantemente a vida daquela que adentra meus portões. Verás que aqui não existem ilusões, falsas promessas ou palavras incertas. Tendes aqui um rei e em você vejo rainha, sentada ao lado observando do alto nosso reino crescer.

Passos Imaginados

Do silêncio, gostaria de um tanto de atenção. Cada passo dado parece distraído na mesma direção. Amorteço meu pisar, para não alertar o destino, que se souber que saí do caminho, me põem de volta aos desencontros e dificuldades. Poderia então imaginar outras escolhas, onde de mim não ficam longe os carinhos, os beijos adocicados pela falta que fizeram aos meus lábios. Desviaria das dificuldades como se fossem pedras soltas pelo caminhar e iria diretamente aonde gostaria de estar, em teus braços. Para tudo temos dois caminhos, depois da escolha vem o destino e não se pode mais voltar. Descartamos o que não foi resposta e traçamos nossa estrada até esquecer o que não aconteceu. Beber do rio Lete e deixar-se esquecer de arrependimentos, palavra peçonhenta que traz tanto a infelicidade quanto a presunção. Arrogância da incerteza de achar ser possível simplesmente desacreditar nos passos dados. Em cada passo, surge outro em seguida, onde se aprende o necessário para não mais voltar. Enxerga-se isso ou se vive de relembranças e medos, onde a entrega não é escolha e o sentimento não evolui. Sem medo, a entrega é feita pela correnteza da certeza, que leva felicidade para o lugar que merece.

O Beijo Para Boa Noite


Descansa esse coração, sentimento sem freio, diversificado e cheio de braços e mãos. É quando me deixa que fico a espera, na minha tela, encontrando respostas em cada suspirar noturno. Esconde novamente o coração, o caminho a ser seguido o destino percorrido. Foge de mim outra vez, aquilo que me fez sorrir duvidando. Essas incertezas que me levavam para longe do meu ser, não diziam nem davam certeza de nada a não ser o invariável movimento de corpos que se afastam e retornam, que se gostam constantemente, mas não constantes. Esses espíritos viajantes, vagando como sombras que seguem o dia, predestinados a caminhar com o sol e seguir a sua luz intransigente. Não temos o que forçar ou como exigir que nossas vontades sejam aquelas atendidas. Vê então destino, o dia como ele vem vindo, chegando como a muito deveria, procurando a verdadeira canção da vida. Esse carinho faz falta, por que sozinho não sei mais sonhar, nem tenho motivos para acordar. Não existe descanso por pensar na falta que um olhar faz, do sorriso que traz no canto da boca que retrae. Um beijo para a boa noite que partiu, e com ela novos sonhos que irão voltar.

O Resto


Entrelaçados,
Pareiam lado a lado,
Ascendentes ao alto,
Esquecendo o resto,

Esquece o verso,
A linha, a letra,
O sentido e o motivo,
Esse vício, esse vazio,

Não consegue,
Pêsames pelo sacrifíco,
De tentar correr atrás,
Quando já passou do tempo,

Assim cai,
Algoz da própria perdição,
Desfazendo a rima,
A sina, a fantasia,
Termina.

Começo, Meio e Fim


Desligo a luz,
Esqueço a hora,
Desfaço a cama,
Espalho o corpo,
Penso,
Sonho,

Acendo a luz,
A hora acorda,
Refaço a cama,
Junto o corpo,
Esqueço,
Vivo,

Fecho os olhos,
A hora acaba,
Arrumam a caixa,
Endureço o corpo,
Desapareço,
Morro.

Salivando


A boca prova,
Deseja,
Saliva,
A boca grita,
Excita,
Degusta,
A boca devora,
Pedaços,
Sabores,
A boca anseia,
Morde,
Saboreia,
A boca satisfeita,
Fechada,
Cheia,
Quer mais.

Perfume no Lençol

Sinto saudade ao despertar,
Esse cheiro suave,
Que não chega ao ar,
Precisa ser puxado,
Tragado e degustado,
Apreciado como um buquê,
Desejado como a entrega,
Doce é o momento,
Solitário instante,
Onde perfumando,
Desfaz a vida e muda rumos,
Acordo com espaço vazio,
Com os pés procurando seu frio,
Mas não encontro desculpas,
Nem pedidos ou palavras,
Tudo que resta é o que sinto,
E ao amanhecer,
Sinto saudade.

Beijo Azul, Saudade Cinza

Gosto de imaginar um céu com estrelas, brilhos imaginados como sendo quase gotas, não inteiramente desistindo, nunca caindo, resistindo no alto. A noite vai caindo, as cores vão chegando e então, o azul. Tão sinistro e sorridente, com uma bola incandescente que acompanha seu chegar. Brilha intensa sobre o mar, seu espelho perfeito, sempre adorável e desejoso de sua atenção. Quando apinho parece tão distante seu caminho, mas no fim chega sua hora e no horizonte não demora, se apaga deixando o céu a se lembrar, com vermelho e laranja do machucar, quando cai a noite novamente. Entram as nuvens como se preparando o espetáculo, posicionado cada lado numa forma única e chorando como numa peça de teatro. Chora de saudades, de vontades desprendidas de desejo, de felicidade desprevenida da dor. Por acabarem as lágrimas no rosto triste, porque sem razão observamos quase que hipnotizados seu lamento, a dor de todo esse sentimento e quando passa, devora os sentidos, os dias, mentiras vividas e esquecidas num momentâneo flash. Hora de recomeçar, não pensar mais no que houve, nas enchentes e nos pesadelos, não somos nada perfeitos, pois tememos a nós mesmos e do que somos capaz de afastar, com uma afirmativa ou um negar. Faz parte do que somos, da nossa natureza de sonhos.

Mensagem

Mensagens flutuam novamente por sobre as águas salubres. Não mais perdidas, mas cheias de esperança, histórias de sorrisos e abraços acalantosos que seguem a noite até seu amanhecer. Vejo a alegria das palavras ao serem derramadas nesse recipiente do pensar. Antes procuravam razão em meio a solidão, agora possuem paixão para declamar. Querem ser as que descrevem os motivos, os momentos de açucar, o embebedar desse doce vinho. Das páginas, escorrem desejosas de tantos beijos e selvageria, invejosas de cada letra e fantasia. Despindo a intimidade, até que nua, se exponha na saudade de cada segundo que me faltou. Ponhe-se diante de mim, eclipsando quaisquer outros sentimentos mundanos que venham a atentar. No momento, somos divindades, entregues aos sabores da ambrosia dos nossos corpos, desejosos, ardentes ao ponto de abrasar a própria água. Mando mensagens por não mais estar perdido, antes sem destino, jogando garrafas ao mar, agora chego ao lugar destinado. Abastado das necessidades do meu coração que antes era deserto, agora é oceano.

Presença


Pensamento, constante carícia que desnuda sentimentos e cria novos níveis ao impossível. Lembranças dos acasos íntimos que nos envolvem numa ânsia sedenta por palavras impregnadas de paixão. Sentimento de solidão constante, que só desaparece quando no primeiro minuto do dia, te vejo. Entrego-me a correnteza, rumando a uma queda d’água onde encontro libertação. Essa presença esta ao redor de tudo em constante mutação. No cheiro do travesseiro, no brilho da manhã, no tocar provocante, no sabor do desejo contínuo do beijo. Extremo sentir, como se quisesse que nossos corpos ocupassem o mesmo lugar no espaço, unidos num só pensar. O tempo segue passando vazio, desprovido de significado, no aguardo do retorno. Apenas distante presença não é 0 bastante para acalentar esse querer devotado. Pensar e sonhar com os lábios, esquecer com os sonhos e acordar ao seu lado. Razão perde lugar a imaginação, pois com ela posso ver cada passo, inventar cada momento e sonhar cada fantasia. Carnaval de todo dia é pensar no que sinto, um baile de máscaras que revela constantemente algo de novo quando vê o brilho dos seus olhos.

Flores das Dunas

A brisa leve das ondas selvagens, com suas caricias salgadas desbotam a manhã, escrava do sol renascido. Observa o eterno beijo da água esmeralda nas pedras do litoral, molhando e de costas retornando como se a provocar. Nela se vão lembranças e embarcações, saudades e possibilidades. Sente a areia aquecer e levantar, pequeninos grãos de felicidade que numa ventania, se postam a dançar acompanhando o ar e seus movimentos em rodopios, subidas e descidas, idas e vindas. Sincroniza o movimento com o passar do tempo, que te leva para os altos e baixos nesse relento, no frio da noite ou calor do sol a pino. Caminhar é fantasia, pois se vê mudar de lugar, mesmo que queira em um só canto ficar, se deixa levar. Incerto desejo, seu querer não tem o porquê, suas vontades de criar, não vão dali sair nem ali ficar. Um dia esta aproxima, noutro distante. Flor sem dono, muda de canto por destino, a ficar de cima das dunas, sorrindo, nunca chegando ou partindo, tocando ou tocada. Observa o caminho incerto, do dia que vira noite e da visita constante das águas do mar.

Mostra Esse Jardim


Quero que me guie, leva essa incerteza para qualquer outro lugar, onde seja possível que me explique o que quero encontrar. Leva-me pela mão e mostra como sair dessa solidão, essa constante sensação que sinto. Só essa presença, uma palavra escrita, uma saudade sentida e um sigilo feito de poesia e coração. Questionando o momento desse nosso tempo, faço um jardim de frases com botões de rimas e adjetivos. Vício meu, perco o riso sem o seu. Caminhar entre essa escrita me lembra que sou teu e que é minha. Fantasia da alegria de saber o que não tenho certeza, se o talvez não sabe a verdade. Desigualdade, pois sou o que de longe sinto, por não ter no caminho todo seu carinho a todo tempo, esse que nos afasta. Manjar da alma, seu gosto é como acordar sorrindo, o dia brilha mais intenso quando sua malícia me devora. Sinto sua voz ofegar próximo ao meu ouvido, cada letra faz todo o sentido, simplesmente pelos sons que fazem. Seu olhar e suas vontades combinam com cada minuto dessa vida, como uma orquestra de emoções, perfeitamente conduzida pelas batidas do coração.
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