La Petite Mort


A palma da mão toca a nudez, altera a temperatura e troca carícias entre a pele e as vontades. O suor desliza no desejo e faz transparecer qualquer dúvida do que os corpos buscam um do outro. Não existem segredos no momento onde a descoberta da entrega se encontra no despir e deitar. Olhos travados encaram o momento desnudo, só existe o vento e o tempo envolvendo a carne e a sede. Cada parte pede toque e cada lábio quer sabor diverso em busca de vontades sem pudor. Olhos selvagens de baixo para cima, de cima para baixo, de lado e de frente, como se o olhar oposto fosse a presa e os dedos fossem dentes. Sem saída, a inocência da indecência se faz doar, entregue à malícia e a fome da mão que devora o corpo. Doce sabor do não resistir, deixar o pensar e permitir que a pequena morte seja tudo que existe entre o que se deixa para quem tem permissão. Sem dor nem pudor, sem poder nem pensar, apenas deixando de ser para que seja por completo.

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