Meia Hora Depois
segunda-feira, 21 de março de 2011 by Leonard M. Capibaribe
Em parte, atrasado, noutra adiantado, procurando onde não foi deixado, esquecido quando agora é para ser guardado. Tempo passa como pássaro indo e vindo sem destino traçado, seguindo o vento, de um lado para o outro. Errante sentimento, faz das lembranças uma máquina do tempo, me mostrando o que não posso mudar. Do destino traçado, pontos interligados mostram não possuirem forma de diversificar. Também não existe a vontade de mudar o rumo, esse é o caminho desse mundo, cada uma leva consigo o que não pode levar. Destinos, escolhas e problemas que dão forma, criam seus próprios criadores. Invenções de amar e sentir dor, de cor e choro, grito espontâneo, abafado por travesseiro, desespero destinado ao desapego, demorado, mas despertado, inesperado. Entrega esse novo mundo para juntar ao meu, não o antes ou depois, mas o agora. Não tenho como esperar esse desejo de mudar, desejando o tempo que não chega, o dia que não clareia. Caminhar novamente em direção aquela meia hora, que passa lento em volta e não sabe se quer chegar. Deixa as areias do tempo virarem, o dia trocar a hora passar, um momento desterrado novamente, sentimento se desejado, pode o tempo parar.