Sutil Vontade

Deseja então que sua simplicidade seja oportuna e seu rosto uma marca lembrada e não tocada. Vista, mas não vivida. Paixão trabalhada, entregue ao nada, feito vapor. Assim me faz os gestos, nada mais do que restos dos instantes que vivi. Deixa claro o encanto entrelaçado nos lábios do beijo no canto escuro da noite. Seu tocar, recheado de pequenos movimentos que fazem a vontade se envergonhar. E mesmo assim se parte em dois pedaços, apesar de que sonhado, o real melhor está. Faz-se uma entrega vazia a uma lembrança de que um dia tinha alguém que não tem mais. Me vê como barco na aréia, passando noites sentindo as ondas, esperando o amanhã para navegar. Sutil vontade de ter o que não sabe ao certo querer. O problema é a escolha, nunca entende qual o caminho seguir. Existem assim apenas possibilidades, encontradas nos menores detalhes, talvez no início do beijo ou no meio da paixão, sem sentido ou clareza. Desembaraços confusos, distraídos pela razão e o passado. Esqueço assim do que à de sagrado, minha sanidade.

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