Beijo Azul, Saudade Cinza
quinta-feira, 7 de abril de 2011 by Leonard M. Capibaribe
Gosto de imaginar um céu com estrelas, brilhos imaginados como sendo quase gotas, não inteiramente desistindo, nunca caindo, resistindo no alto. A noite vai caindo, as cores vão chegando e então, o azul. Tão sinistro e sorridente, com uma bola incandescente que acompanha seu chegar. Brilha intensa sobre o mar, seu espelho perfeito, sempre adorável e desejoso de sua atenção. Quando apinho parece tão distante seu caminho, mas no fim chega sua hora e no horizonte não demora, se apaga deixando o céu a se lembrar, com vermelho e laranja do machucar, quando cai a noite novamente. Entram as nuvens como se preparando o espetáculo, posicionado cada lado numa forma única e chorando como numa peça de teatro. Chora de saudades, de vontades desprendidas de desejo, de felicidade desprevenida da dor. Por acabarem as lágrimas no rosto triste, porque sem razão observamos quase que hipnotizados seu lamento, a dor de todo esse sentimento e quando passa, devora os sentidos, os dias, mentiras vividas e esquecidas num momentâneo flash. Hora de recomeçar, não pensar mais no que houve, nas enchentes e nos pesadelos, não somos nada perfeitos, pois tememos a nós mesmos e do que somos capaz de afastar, com uma afirmativa ou um negar. Faz parte do que somos, da nossa natureza de sonhos.