A Voz
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011 by Leonard M. Capibaribe
Multidão e distúrbio nesse casulo azulado reverbera dentro da alma que procura a simplicidade da voz. Esse suspiro sonoro, saliente e sedutor, nada mais do que um simples condutor da vontade e veneno que pulsa em meio a fonética. Limitações da língua que falo, dos movimentos apressados da mão que tenta acompanhar a emoção, mais rápida do que o pensamento. Vibrações que deixam claras intenções que vagam pela noite e aguardam atenção. Expiração desejada pela boca que deseja o beijo. E então a voz, esse desenho de vento, contadora de verdades e quando acanhado, deixa vontade. Alma da saudade muda, que findada se torna abraço interminável e milhões de histórias de antes de você voltar. Nada importante na verdade, somente a vontade de falar. Palavras que te vêem despida, que não pedem o momento de calar. Esse som orgulhoso, egoísta e terno, sincero na espera e mesmo assim, feliz na demora. Quero ouvir de perto, o que for que seja dito pela voz que me indica o caminho, que faz carinho ao passar. Respiro que acalenta a alma e faz cada som sussurrar.