Amanhecer
sábado, 25 de dezembro de 2010 by Leonard M. Capibaribe
Todo dia de amor nasce. Vez que de manhã cansado, noutra não sabe. Vê de lado o sorriso ao lado. Sabe disso quando quer saber e não fala alto para não ser descoberto, mas sabe o que quer de certo e não vai embora, nem quando a noite recai sobre sua incandescência. Essa loucura que rende qualquer peregrinação soturna e se entrega a loucura do barulho matinal. Com todos seus carros, pássaros e vozes que habitam o minuto entre o dormir e o despertar. E quando se acorda sem saber, não entende, mas não pergunta o por que. Se lança aos braços dessa incerteza incontrolável, não sabendo exatamente o que fazer, mas tendo toda a certeza de que será feito. Essa é a vontade por cima do desejo, do delírio de um beijo que não para de beijar. Mesmo lábios separados se mordem de cada lado relembrando o tocar. Amanhece esse novo dia assim como acontece em toda fantasia, procurando se realizar nos corações tolos e insistentes de quem gosta de brincar com palavras e procurar quem amar.