Amanhã
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008 by Leonard M. Capibaribe
Acordarei sentindo o seu coração. O respirar suave do seu sono, tremendo de leve o lençol que percorre o seu corpo. Verei a aproximação da luz do sol, enquanto atravessa a janela e caminha vagarosamente pelo quarto. Sentirei vontade de te beijar, mas receoso de te acordar de um sonho feliz de nós dois. Quero levantar sem fazer barulho, preparar uma torrada com geléia, um suco de laranja e pequenos pedaços de queijo. Cortar uma maçã em quatro partes e ferver a água para o café. Levarei para cama na hora exata em que você abre os olhos. Sorrirei com o seu sorriso surpreso e sonolento. Darei bom dia com um beijo. Amarei assim, em cada amanhecer de todo amanhã.
Feliz Ano Novo para todos.
Feliz Ano Novo para todos.
Devo dizer que esse foi o texto que mais gostei de ler por aqui! =}
*Feliz Ano Novo!!!
Se tenho que despertar desse sonho, que seja ao menos num saltitante tatame, pois o sono pode ser cruel quando o tempo apenas desvia a nossa atenção e nada cura. Queria não te respirar, precisar do teu hálito, de caçapas e canelonnis. Mas quero. Quero essas maçãs e essas manhãs pra mim, pois a tormenta quanto mais me afoga mais me seduz. Quantos mergulhos e saltos nestes poucos metros rasos.Teu corpo pesa mais que uma mão de criança ao toque do meu marejar. Com ombros que aparentam suportar todas as dores do mundo, cuja agudez desvanece em vãs em palavras convencionalmente incoerentes. Queria ser analfabeta das tuas entrelinhas, pois minhas córneas já ulceradas não enxergam nada além das lembranças do que meus olhos não viram.A meia luz ofusca, o silêncio grita e procura ao seu redor algo que é visceral. Caricata, fênix, esfinge ou amálgama. Sempre entre o emotivo e o descontido.O sensorial e o racional. Ns seqüelas latentes a entrega iminente. Está tão próximo que chego a perder de vista. Para degustar o amanhã faz necessário digerir o passado. Conflitos infundados, quando não inventados. Apenas para alimentar a autocomiseração. Contudo, para encaixes perfeitos, combinações infinitas. Beijos enfileirados. J.