Subindo Ao Palco
quinta-feira, 18 de junho de 2009 by Leonard M. Capibaribe
De nada vale palavra dita em suspiro. Coração que bate forte é o mesmo que se cansa de bater. Não adianta a dúvida sem a possibilidade de uma solução. Então sentamos e assistimos o espetáculo. Rimos e nos emocionamos, sentados na ponta da cadeira, com medo do que pode acontecer. A cada som, algo diferente. Em cada movimento contorcido uma nova figura. A música se eleva e as palmas explodem. Somos então velhos jovens. Encontrando alegria na mais pura fantasia. Até que a cortina se fecha. O som cala e as luzes se apagam. Fica então a saudade da esperança na beleza que balança numa corda lá no alto. Deixa de lado a lembrança e fica só o desejo de querer estar no meio, mas com medo de estar. Artista sem picadeiro, vagando o vazio sem aplausos, maquiagem ou equilíbrio. Sem sorriso ou lágrima, amor ou rancor. Nada para mostrar a não ser o espaço em branco iluminado por uma luz branca. De nada vale o suspiro se a palavra não é dita. De nada vale dize-la se só suspiro for.