Interpretando Lágrimas
domingo, 25 de agosto de 2013 by Leonard M. Capibaribe
Um caminho molhado no rosto antes de deixar o gosto salgado na boca e necessita que seja enxugado como se fosse possível dessa forma esquecer a motivação para tal explosão sentimental. Na saudade, sentimos cada segundo como se fosse mais uma gota num copo prestes a transbordar, onde a sede da vontade demora a saciar. Na perda, uma represa, que se quebra devagar no aguardo do momento, sem esperança de que venha algum dia a mudar, se nega de ver e apenas espera a hora de se deixar inundar. Com a felicidade, uma cachoeira, percorrendo um caminho longo até chegar numa maravilhosa surpresa, depois de altos e baixos, uma vista gloriosa do que virá. No amor, lágrima é certeza como chuva, sabe que vem, mas não quando vai chegar, pode até esperar, imaginar o dia, temer o resultado e sempre desejar um dia claro brilhar, mas como toda fantasia, a realidade não sabe esperar. Procura então um abrigo, talvez dessa forma possa escapar, mas não demora para que chegue a hora onde todo o seu mundo esta a lacrimejar, ainda esta chuvendo e não importa quantas vezes o sol um dia veio a radiar, você vai se molhar, pode ser uma gota apenas, nada que com o tempo não venha a passar, mas fugir da tristeza com medo da incerteza é mesmo que não amar por medo de se molhar.