O Corpo Treme
quarta-feira, 28 de março de 2012 by Leonard M. Capibaribe
Doce sabor tem o desejo, o querer do beijo a vontade da entrega e a saudade da boca de por um segundo ter de se separar, para um curto respirar e novamente voltar a descansar os lábios na ânsia da língua. O corpo treme a cada novo lugar que a mão toca, sentindo cada momento como uma troca de calor e prazer. O que fala mais alto é o uivo selvagem do querer, saboreando cada segundo sedento de suor e sussurrando indecentes verdades ao ouvido atento. Os olhos acompanham o movimento sequioso e impulsionam os corpos da carícia as chamas, do delicado ao silvestre. Todo o ser se emoldura num formato animal, cada músculo tensionado exala libidinoso o calor provocado pelo querer lascivo. Entrelaçadas as pernas e entre elas um ardor prazeroso provido do encontro entre o deleite libertino e a vontade natural. O momento intensifica e parece pairar no ar como uma pausa no tempo do mundo que dura alguns segundos e marca uma eternidade. No padecer do querer os corpos se desmancham entre as cobertas, pulsando e expandindo cada centímetro de pele suada na espera que a madrugada venha lhes banhar de novas vontades.