Desnudar
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012 by Leonard M. Capibaribe
Arranca a certeza da pureza e deixa incerta essa labareda que consome cada canto do pensar. Despe os sentimentos mais insanos, que num simples olhar faz esquecer o respirar, tira o fôlego e a alma, deixa vazia toda outra forma de amar. Num simples passo, muda o mundo inteiro e na ausência, a carência transforma o desejo e faz da solidão lembrança ou desapego. Deixa cair a mortalha que cobre o passado e esconde a verdade por trás do querer num réquiem de adeus. Ela esconde dores, marcas e sabores, vontades de ter e tentar convencer que tudo aquilo era mais do que poderia um dia ser. Desnuda o que sente como que despindo a noite para um banho de estrelas e prazeres numa entrega ao caos da felicidade e as vontades da meia noite. Ações criadas do inesperado, do adiado ou mesmo reações do imaginário, nada disso importa a não ser o resultado. Procura a verdade desmascarada, mas ao encontrar realidade inesperada, pode querer novamente esconder o que poderia não ser mais nada. Vítimas dos impulsos da vida, da madrugada infinita e da vontade de sentir, desnuda desilusão de paixão e aguarda novo amanhecer no horizonte surgir.