Contra a Parede

Não tem senso, não sabe se permite deixar saborear o perigo intenso e se entrega, mas não existe tempo ou momento e sim a vontade no relento, nu na noite, entregue ao pensamento. Tateando o breu, encontra no silêncio a hora certa de retirar o ar e aspirar o sonho. Te joga contra parede e te prende os braços, enchendo a boca de beijos, vontades entregues a madrugada, que sentem a sua carne pulsar e o corpo arder. Desmancha a tinta, derrama desejo e a cada toque dos dedos, treme pelo querer, saboreia o suor e a saliva, se misturando no prazer. O olhar escorre como veneno, a verdade viva se faz voraz e nada mais se pensa, apenas se sente. A vontade tira a roupa, o calor brilha a pele e o corpo se entrega ao momento, ao perigo de fugir dos braços e cair em abraços sacanas, aquilo que vira mundos em dois tempos e sem perder tempo quer devorar cada pedaço inseguro do ser, do imaginar, do querer. Não se sabe o que acontece, nem o que vai acontecer, só quer mais, sabe que gosta e não quer esquecer. Pergunta baixinho quem sou e num sussurro respondo.

2 comentários:

    Intenso! Acho que tamanha descrição do sentir que esse texto traduz, é alguma coisa que te aproxima do que existe entre o céu e o mar. Como ali ao lado.
    Te leio e gosto.
    Beijo!

     

    A forma como vc descreve as sensações é muito interessante , uma riqueza de detalhes que nos faz sentir tb.

    aninhasouto.blogspot.com

     
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