Flores das Dunas

A brisa leve das ondas selvagens, com suas caricias salgadas desbotam a manhã, escrava do sol renascido. Observa o eterno beijo da água esmeralda nas pedras do litoral, molhando e de costas retornando como se a provocar. Nela se vão lembranças e embarcações, saudades e possibilidades. Sente a areia aquecer e levantar, pequeninos grãos de felicidade que numa ventania, se postam a dançar acompanhando o ar e seus movimentos em rodopios, subidas e descidas, idas e vindas. Sincroniza o movimento com o passar do tempo, que te leva para os altos e baixos nesse relento, no frio da noite ou calor do sol a pino. Caminhar é fantasia, pois se vê mudar de lugar, mesmo que queira em um só canto ficar, se deixa levar. Incerto desejo, seu querer não tem o porquê, suas vontades de criar, não vão dali sair nem ali ficar. Um dia esta aproxima, noutro distante. Flor sem dono, muda de canto por destino, a ficar de cima das dunas, sorrindo, nunca chegando ou partindo, tocando ou tocada. Observa o caminho incerto, do dia que vira noite e da visita constante das águas do mar.

2 comentários:

    Ual...fiquei até sem fôlego com tamanha beleza. Amei! Bjos.

     

    Cara... Sem comentários. Eis o verdadeiro papel do poeta. Dar vida, sentimentos e conseguir passar para os leitores. Palavras que causam arrepios. Virei fã.
    Kenny Rosa
    (http://cronicandocomvoce.blogspot.com)

     
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