Semana

Quero ver o sol nascendo,
Noutro dia de verão,
Passar a semana inteira,
Equilibrado num cordão,

Sentir a noite caindo,
A lua subindo,
Na noite com vento,
Esquecendo e sumindo,

Saber do nascimento,
Do dia do não,
Essa semana inteira,
Esquecendo perdão,

E ver de longe chegando,
Nuvem carregada,
Carrega dentro dela,
A lágrima, a lágrima...

Essa Dança

Sem querer ela me vê,
Em pé, no meio da chuva,
Pensa duas vezes se vai me querer,
Cansado de tanta loucura,

Tudo que quer saber,
Ela procura,
Tudo que ela quer ver,
Ela não me encherga,

Na beira do mar ela caminha,
Com pés de aréia,
Pensando se vai me querer,
A vida inteira,

Tudo que quer sonhar,
Ela consegue,
Tudo que ela quer lembrar,
Ela não me esquece,

No canto da cama ela rodeia,
Com o lençol arrastando o chão,
Pensava que era verdade,
Mas era ilusão,

Tudo que quer ser,
Ela não sabe,
Tudo que ela quer ter,
Ela não deixa,
Tudo que preciso é coragem,
E ela só me deixa.

Nesse Novo Dia

Nem sequer olho para o relógio. Estou fora do tempo e espaço. Sou meu próprio universo girando ao redor do vazio a bilhões de quilómetros por hora. Serei um Deus, criando vida e tirando-a. Farei a luz do amanhecer e o breu da noite. Onipresente dentro de mim, onisciente de cada átomo do meu ser. O criador e punidor do mundo meu. Um horizonte de eventos, criando as incertezas do infinito, sua loucura improvável e a indeterminada razão de ser na improbabilidade da sua existência. Eu como a gravidade e suas leis, a verdade e suas contradições. Incerto como todas as certezas e impossível como todas as possibilidades do "não". Nascerei hoje, por que ontem já se foi. Amanhã é novo dia e hoje sou tudo que existe na fantasia onírica de viver. Assim na Terra como no Céu, serei meu alpha e ômega. Meu nascer, viver e morrer. De mim sairá a razão da existência de cada segundo do meu ser. Nesse meu novo dia.

Sopro

Queria falar tudo,
Que você quisesse ouvir,
Mas nada nesse mundo,
Vai trazer você pra mim,
Não adianta só palavra,
Cantada ou declamada,
Nem a mais linda rosa,
Ou a luz do luar,
Não mando no que quero,
Nem quero mandar,
Mas sofrer de carinho,
Que não posso te dar,
Ou viver sozinho,
Por sem você estar,
Prefiro encontrar outra pessoa,
Para me magoar,
Do que esperar atoa,
Que você venha a mudar.

Não Sou Eu

Não sou eu,
Quem você conheceu,
Era pessoa passada,
Um dia visada,
Que você esqueceu,
Deixou no caminho aquele cara,
Que comigo um dia pareceu,

Não sou eu,
O rapaz com cara magoada,
Lágrima quase chorada,
Segurando lembranças nas mãos,
Esperando esquecer da negação,
Que eu nunca ouvi,

Não sou eu,
Por que ali não mais existe,
O momento, mesmo triste,
Desapareceu,
Aquilo é passado e não volta,
Era um eu, diferente,
Aquele rapaz,
Não sou eu.

Com o Tempo Que Me Falta

Esse tempo passado,
Demorado e esgotado,
Pouco tempo ou tempo algum,
Do que me resta dele,
Não serei só mais um,
Com o restante vou ser diferente,
Terei tempo suficiente,
Dono dele e não mais servo,
Perda de tempo será um inferno,
Paraíso com o tempo virá,
E nada com o tempo mudará,
Será o tempo todo,
Todo o tempo será,
Ganharei tempo vivendo,
Tendo tempo para sonhar,
E nesse intervalo de tempo,
Só o tempo dirá,
Se dei tempo ao tempo,
Quando no fim do tempo,
O tempo acabar.
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