Lethe

As margens do esquecimento, me alimento do mesmo sentimento. Me sinto faminto com cada diferença, cada passo que não me aguenta. Posso esquecer de tudo a qualquer minuto, mas lembro do que não sei. Essa ignorância aos sentimentos, talvez as lembranças, talvez o relento. Mas posso simplesmente esquecer, se de um copo dessa aguá eu beber, mas não quero mais. Quero lembrar mesmo do nada que me traz. Mesmo apagado, ainda posso ver, como se o mundo não deixasse esquecer. Cego, sem sentir ou falar, posso saber que dessa esperança não vou escapar. Vai estar em meus olhos, na minha fala. É horizonte, nesse céu sem mar. Esqueço do rio que me esquece e vazio fico até chegar, passo pelas margens escuras, caminhando. Esse destino que ainda me guia, não sei para onde. Quando chegar, não quero deixar de lembrar. Cada passo nesse mundo, darei por que no fim, não sei o que terei, mas sonho o que será.

1 comentários:

    Sonhemos então.
    Sonhemos!

    Bela poesia! Adorei!
    Parabéns!

     
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